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2012 - Livro Vermelho 2013

Solanum reitzii L.B.Sm. & Downs NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-03-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor:

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Solanum reitzii não apresenta uma distribuição restrita, ocorre em diferentes fisionomias da Mata Atlântica, e, segundo as informações disponíveis, está representada em duas Unidades de Conservação, os Parques Estaduais paranaenses de Velha e Mata dos Godoy. Entretanto, os registros de ocorrência da espécie são esparsos, e uma parte deles é relativamente antiga. No Rio Grande do Sul a espécie não é coletada desde 1977, tendo sido registrada em locais bastante urbanizados e historicamente afetados pela ocupação humana.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Solanum reitzii L.B.Sm. & Downs;

Família: Solanaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie conhecida popularmente como Canema (Mentz;Oliveira, 2004).

Potêncial valor econômico

​Mentz; Oliveira (2004) indicam uso medicinal e na industria melífera.

Dados populacionais

Ocorre em baixas densidades populacionais. Rode et al. (2010) estimaram 0,2 indivíduos por hectare, em povoamento de Araucária.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Stehmann et al., 2012).

Ecologia

Arvoreta ou árvore terrícola, de até 12 m de altura, ocorrendo em Florestas Ombrófilas Densas, Mistas e Estacionais Semideciduais (Stehmann et al., 2009). Foi registrada com flores de Setembro a Dezembro. Frutos observados em Junho e Setembro(Mentz; Oliveira, 2004).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes ​A Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), floresta típica da região sul do Brasil, apresentava uma área de distribuição original situada entre 200.000 a 250.000 km². Abrigando componentes arbóreos de elevado valor comercial, como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importânciano histórico de ocupação da região sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valoreconômico que representou durante quase um século (Klein, 1985). No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos (Medeiros et al., 2005). Espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região. Hoje, estima - se que os remanesetes de Floresta Ombrófila Mista, nos estágios primários ou mesmo avançados, não perfazem mais de 0,7% da área original, o que a coloca entre as tipologias mais ameaçadas do bioma Mata Atlântica. As indicações mais otimistas registram entre 1 a 2% de áreas originais cobertas pela floresta com araucária nos três Estados do Sul (Koch; Corrêa, 2002). Em Santa Catarina restam a penas alguns relictos remanescentes com uma área de aproximadamente 2% da original, que perfazem 4.000 km2, distribuídos em fragmentos dispersos (Medeiros, 2000). No Paraná os estudos realizados pelo PROBIO Araucária (FUPEF, 2001), indicam a ocorrência de apenas 0,8% de Floresta Ombrófila Mista em estágio avançado, sendo que a distribuição e spac ial desses remanescentes apresenta- se dispersa em fragmentos pequenos e médios, não superior a 5.000 ha. Outro aspecto que ressalta a criticidade da Floresta Ombrófila Mista é a carência de espaços legalmente protegidos, sob a forma de unidades de conservação, na sua área de37 Unidades de conservação nas florestas de araucárias ocorrência original. Face ao intenso processo de degradação florestal observado, a implantação de unidades de conservação de proteção integral se insurge como estratégia inadiável. Não obstante, conforme salientam Castella; Britez (2004), avaliações de estratégias e alternativas para conservação das florestas com araucárias foram feitas nas últimas décadas, sempre salientando sua preocupante criticidade, mas quase nada foi realizado em termos de conservação efetiva.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada Vulnerável (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do estado do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Usos

Referências

- KLEIN, R.M. Os tipos florestais com Araucaria em Santa Catarina. Sociedade Botânica do Brasil, 1985.

- RODE, R. ET AL. Estrutura horizontal da comunidade arbórea sob um povoamento com Araucaria angustifolia e uma Floresta Ombrófila Mista. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 30, n. 64, p. 347-361, 2010.

- STEHMANN, J.RIN: STEHMANN, J.R. ET AL. Solanaceae. 2009.

- STEHMANN, J.R. ET AL. Solanum in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do. Jardim Botânico do. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=&genus=solanum&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&vegetation=&last_level=subspecies&listopt=1>.

- GIACOMIN, L. Comunicação do especialista Leandro Giacomin, da Pós-graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, 2012.

- ZULOAGA, F.O; MORRONE, O.; BELGRANO, M.J. Flora del Conosur - Catálogo de las Plantas Vaculares. Instituto de Botánica Darwinion. Disponivel em: <http://www2.darwin.edu.ar/Proyectos/FloraArgentina/FA.asp>.

- KNAAP, S. Solanum section Germinata (Solananceae). Organization for Flora Neotropica, 2002.

- CASTELLA, P.R.; BRIETZ, R.M. A floresta com araucária no Paraná. 2004. 233 p.

- FUNDAÇÃO DE PESQUISAS FLORESTAIS DO PARANÁ - FUPEF. Conservação do bioma Floresta com Araucaria, Diagnóstico dos remanescentes florestais/ PROBIO, Curitiba, PR, p.236, 2001.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

Como citar

CNCFlora. Solanum reitzii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Solanum reitzii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/03/2012 - 17:32:34